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Dreadlock


O dreadlock ou cabelo enrolado, adota a forma de pavio, com argila em tom ocre ou com cera de abelha formando grossos cachos. Essa estética de longas tranças enroladas conhecidas como “cabelo rastafári”, “cabelo rasta”, dreadlocks, locks ou simplesmente dreads, se constituiu em um signo cultural identitário para os seguidores do Rastafarianismo, mas também, passou por um processo de cristalização como estereótipo. Assim, como boa parte dos artistas do reggae eram também rastas, a música também herdou os apelidos depreciativos. O Rastafarianismo nasceu como um fenômeno cultural contestário das tradições históricas e privilégios conferidos a um restrito grupo social dominante, oriundo da Europa Ocidental.Foi a resposta afirmativa dos valores africanos contra a higienização cultural imposta aos negros da África e aos seus descendentes nas Américas. As políticas de eugênia contra negros e pobres, e as proclamadas limpezas culturais, produziram outros resultados.

Como é feito :


1. Separe o cabelo em várias mechas e penteie cada uma delas no sentido contrário, em direção à cabeça, para desfiar e embaraçar os fios. É bom usar um pente fino de aço, que não quebre à medida que o cabelo embaraça.Até aqui, a técnica leva o nome de backcombing e já rende um visual legal, que pode ser desfeito com muita água morna e condicionador.
2. Feita a maçaroca, enrole as mechas para fazer um “tubo” de cabelo com cada uma delas. Depois, use o pente no sentido contrário ao do enrolar para embaraçar mais um pouco. Repita esses passos algumas vezes, até ficar bem firme.
3. Para os nós do cabelo não soltarem, espete uma agulha de crochê na mecha e puxe os fios. Com essa técnica, chamada de “dread needle”, o tufo fica mais coeso e só sai cortando o cabelo na raiz.


Origem:

A valorização da cultura africana, trazida em fragmentos durante a travessia do Atlântico e reinventada pelos afrodescendentes, constituiu um importante legado para a população afro-jamaicana. Desse modo, se tornou possível que, os negros caribenhos, neste caso jamaicanos, recriaram costumes e práticas dos ancestrais da África Oriental em uma experiência pós-colonial.  
Na opinião preconceituosa dos grupos dominantes, explicitada nos anos 1960, os dreadlocks significavam sujeira, num estilo medusa e, em contrapartida, aquela textura capilar passou a ser um divisor de águas em relação à cultura centrada nos moldes da Europa. Em contraponto com o etnocentrismo de Ocidente, este artigo visa compreender as semelhanças entre os grossos pavios dos dreadlocks com a juba do leão, animal típico das savanas africanas e utilizado frequentemente nas culturas afro como símbolo de valentia. Ademais pretende estudar a possível conotação religiosa e sagrada dos cabelos. Estes enfeites são expressão de respeito e de veneração com os povos do continente africano, localizados nos territórios selecionados como terra dos ancestrais Rastafáris.  
Por isso, pretende-se identificar, as narrativas simbólicas do corpo, neste caso no dreadlock. Assim, este será analisado como o guardião da memória, como um elemento sagrado de alteridade e identidade na Jamaica. 
 Portanto, a etnografia dos dreads, investigada por meio das performances regueiras, é uma ferramenta historiográfica para desconstruir estereótipos e preconceitos sociais, culturais e educacionais estabelecidos por séculos. 
Associados aos dreadlocks estão elementos como as mãos colocadas formando as sete pontas da estrela de Davi, símbolo do Rastafarianismo; as letras musicais com as recorrentes palavras Jah, Rastafari I, Majestic; as cores da bandeira etíope; o símbolo do movimento black power (braço direito erguido com a mão cerrada); as boinas, bonés, torço, cones, o palco de shows, muitas vezes com a imagem de Hailé Selassié; o leão (Panthera leo) coroado e apoiado por um cetro real. Os dados confrontados à luz da história e da antropologia identificam a black music como uma performance que simboliza o provável re-encontro entre as populações constituídas historicamente pela diáspora com a África, os dois lados do Atlântico. Sem dúvida, a aparição dos Rastafaris trouxe elementos de mudança social. 

Higiene:

Lavar os dreads 1x por semana com sabão neutro ou shampoo anti-resíduo.Secar bem os dreads, pois se deixa-los úmidos pode acarretar no aparecimento de fungos que causam mau cheiro.
Dreads de lã, precisam ser secados com auxílio do secador ar frio e sempre lavar pela manhã.
Dreads Naturais, secar e enrolar uma toalha, deixe absorver toda a água e saia no sol ou secar com secador ar frio.
Shampoo anti-caspa auxilia na eliminação das caspas e seborreia de seus dreadlocks causado por descamação do couro cabeludo.
Pomada de queratina, “Salon line hair food”, além de hidratar os fios, auxilia no palm rollin diário dos dreads. Pode ser aplicado sem ter lavado.
Dica: Retirar a água de um coco verde e bata com a polpa num liquidificador, passe nos dreadlocks e deixe por 30 minutos, e lave-os depois.
Mantenha a raiz sempre aberta, isso evita dreads grudados.
Faça Palm Rollin nos dreads diariamente, isso ajuda na boa formação dos dreads.
No inicio os dreads são apenas moldes para o desenvolvimento que vem a ocorrer no 6º mês em diante. Precisa ter muita paciência cultivando suas raízes, a manutenção mensal até o 6º mês é muito importante para a formação saudável dos dreads. Depois desse período é recomendado manutenções trimestrais.
Observação: Procure sempre um profissional.

Preconceito:

Vejamos o caso do Brasil, que a ideia de pureza cultural esteve intimamente associada à pureza racial, interpretação que surgiu em meados do século XIX, quando o país recebeu vários viajantes estrangeiros que tentaram nos qualificar como uma nação de degenerados por causa da mistura de raças. Thomas Buckle (1821-1862) acrescentou o determinismo climático, e a composição da vegetação, na sua condenação do homem brasileiro. Portanto, nesse período foram estabelecidas as correlações rígidas mais influentes entre patrimônio genético, aptidões intelectuais e inclinações morais. Assim como Buckle, L. Agassiz e o conde Arthur de Gobineau também estiveram aqui e foram responsáveis por relatar as infelizes implicações das teorias raciais européias quando aplicadas à conjuntura local. De modo que, a representação, vinculada à raça, foi um modelo disseminado para determinar uma ideia de atraso cultural no Brasil e nas Américas, em função da composição populacional afrodescendente. 
Tais idéias de exclusão cultural, social e racial, se reatualizam hoje relacionadas ao cabelo dreadlocks, também alvo dessa tal pureza étnica que prevê o padrão ocidental de fios lisos, escovados e loiros como ideal; ainda, pejorativamente, distingue-se o cabelo “bom” do cabelo “ruim”. E desta forma que os possui tem mais dificuldades em arrumar um emprego ou de socializar, defronte a ideologia comunitária.

Lindos :3 

(clique para ampliar)










































































































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